As ilhas Feroé (ou ilhas das Ovelhas) são um território autônomo da Dinamarca, parte da Europa, localizado no Atlântico Norte entre a Escócia e a Islândia.
O arquipélago é formado por 18 ilhas maiores e outras menores desabitadas que acolhem, ao todo, 47.000 pessoas em uma área de 1.499 km². São autônomos desde 1948, tendo decidido não aderir à União Européia. Gradualmente têm alcançado maior autonomia e para o futuro tem se descortinado a possibilidade de tornarem-se independentes da Dinamarca.

A caça a baleias nas ilhas Feroé tem sido praticada desde 1584. Ela é regulada por autoridades Feroenses mas não pela International Whaling Commission visto que há discordâncias sobre a competência da comissão para cetáceos pequenos. Cerca de 950 baleias piloto de barbatanas curtas (Globicephala melaena) são mortas anualmente, a maioria durante o verão. As caçadas, chamadas de "grindadráp" em Feroense não são comerciais e são organizadas pela comunidade; qualquer um pode participar.
No início do século vinte, propostas para a regulamentação da caça começaram a ser apresentadas, e em 1932 a primeira regulamentação Feroense de caça às baleias foi introduzida. Desde então, cada detalhe da caça tem sido cuidadosamente definido na regulamentação. Isso quer dizer que a instituição da caça às baleias, que inicialmente era baseada na tradição, se tornou parte integrante da estrutura legal da sociedade das ilhas.
Atualmente a supervisão é responsabilidade do governo local, que é responsável por garantir que as regulamentações da caça às baleias piloto estão sendo respeitadas, além da distribuição da carne.
Quando um grupo de baleias é avistado, ele é cercado por barcos que as obriga a nadar para a praia, onde elas são apunhaladas com um gancho sem corte em seus furos de respiração, para retirá-las da água. Esses ganchos são considerados mais eficazes e menos agressivos ddos que os utilizados anteriormente, que eram afiados. Entretanto, grupos contra a caça como o Greenpeace e a Whale and Dolphin Conservation Society (WDCS) dizem que o bloqueio e irritação das vias aéreas machuca e assusta o animal.
Uma vez na praia, a baleia é morta com um corte na sua área dorsal com uma faca especial, a “grindaknívur”. Dadas as circunstancias da caçada, a faca é considerada o equipamento mais seguro e eficaz para matar as baleias. Como as baleias são mortas manualmente, a morte não é instantânea, variando de poucos segundos até alguns minutos. Esse corte atinge também suas principais artérias, e por causa disso o mar fica incrivelmente vermelho, imagem frequentemente utilizada por campanhas de grupos contra a caça de baleias. Como arpões e armas de fogo são proibidos, os caçadores ficam na orla da praia e matam cada baleia individualmente.
Ólavur Sjúrðaberg, o presidente da Faroese Pilot Whaler’s Association, descreve a caçada da seguinte forma: “Tenho certeza que uma pessoa que mata seus próprios animais por comida não fica comovido com o que faz. Você quer que seja feito o mais rápido e com o menor sofrimento possível para o animal.”
A caça às baleias é parte integral da cultura das ilhas Feroé. Os homens costumam dizer que o grindadráp os faz sentir Feroenses. As mulheres não participam ativamente do ato, mas são expectadoras.
A maior parte da culinária local consiste de carne. Por causa das severas condições do clima, grãos e vegetais não são capazes de crescer muito bem. No passado, durante o inverno, os habitantes tinham como opção apenas comida salgada ou seca (carne, carne de baleia, aves marinhas e peixe). Isso significa que durante séculos a baleia tem sido uma importante fonte de vitaminas para a população isolada no arquipélago do Atlântico Norte.
A carne e gordura da baleia (que é a especialidade local) é estocada, preparada e comida nas casas da população, e não está disponível em supermercados. Apesar de o principal produto de exportação ser o peixe, isso não inclui a carne e a gordura da baleia.
Há um debate caloroso sobre o quanto a caça representa uma ameaça significante a população de baleias. Fotografias na mídia da caça às baleias mostrando o mar avermelhado e com corpos de baleias mortas expostos levantam protestos em todo o mundo.

A maioria dos habitantes da ilha mantém a posição de que é direito deles capturar as baleias visto que eles tem feito isso por séculos. Os caçadores defendem suas ações diante de organizações internacionais com três argumentos: primeiro, que o grindadráp não é uma caçada, mas uma matança (quer dizer, eles não vão regularmente ao mar para caçar baleias, mas apenas matam aquelas vistas nadando muito próximas às praias); segundo, que a caça não é realizada com fins comerciais, mas apenas para distribuição da carne entre os habitantes; e terceiro, que eles não acreditam que a baleia é uma espécie em perigo de extinção.
É raro ouvir criticas entre os habitantes, mas nos últimos anos elas têm se tornado mais freqüentes. Opositores ao grindadráp geralmente argumentam em um nível emocional, citando em particular a matança sangrenta na praia.
Já os defensores da caça argumentam que a baleia vive sua vida toda em liberdade, no seu habitat natural, o Oceano Atlântico, e que morre em no máximo poucos minutos, ao contrário de animais que crescem presos como vacas, porcos e frangos, que fornecem carnes encontradas facilmente em supermercados. Além disso, causar aos animais dor ou desconforto desnecessário ou excessivo é proibido pelas leis de Feroé.

Ativistas dos direitos dos animais argumentam que o grindadráp não é apenas cruel, mas tendo em vista a vasta quantidade de comida disponível hoje, ele é totalmente desnecessário. Adicionalmente a isso, o Ministério da Saúde de Feroé alerta para o consumo excessivo da carne de baleia piloto, desde que análises mostraram altos níveis de mercúrio e venenos ambientais.
Os opositores à matança de baleias nas ilhas Feroé podem se manifestar enviando um e-mail para os governantes das ilhas e da Dinamarca, através deste
link da organizção Peta.
Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Whaling_in_the_Faroe_Islands#column-one#column-one