segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Reality Show

Por que os reality shows fazem tanto sucesso? Esse é o título de uma matéria especial da revista Veja, que reuniu algumas de suas matérias sobre o assunto, desde o Casa dos Artistas.

Além da identificação dos tipos (como o vilão e o mocinho), parece que quanto mais traumática a história for, mas o espectador se interessa.
"Como quase não há negros na Argentina, nós esperávamos reações racistas. Mas a mãe brasileira, transplantada para a outra casa, se deu bem com seus parentes postiços – e o produto final foi um programa morno”, diz Johnny Martins, diretor do Troca de Família da Record. Para resolver o problema a Record criou trocas exageradas, como enviar a esposa de um delegado para uma colônia hippie, uma palmeirense fanática para a casa do presidente da torcida organizada do Corinthians, e uma senhora católica para a casa de um praticante de sadomasoquismo. No caso da palmeirense, o tumulto foi tão grande quando ela visitou a quadra da torcida rival, que ela teve que ser retirada às pressas do local.

Uma outra característica é a exploração da situação dos participantes. Como no 10 Anos Mais Jovem, onde a mulher ganha cirurgia plástica, penteado e roupas, mas antes tem que se submeter a uma avaliação pública do seu visual em uma gaiola de vidro, no centro de São Paulo. Ou os banquetes exóticos com vermes e insetos nos programas que desafiam a resistência física dos participantes. Mas uma coisa tem que se lembrar: eles se propuseram a fazer isso.

Ao contrário do que se pensa, as pessoas que acompanham esses programas pela televisão não são em sua maioria integrantes das faixas de baixa renda. Uma pesquisa sobre o público da Casa dos Artistas mostrou que ele era formado por telespectadores com um nível de renda e informação semelhante ao dos que seguiam as novelas da Globo. E também não é possível dizer que esse interesse é particular de países em desenvolvimento, pois programas semelhantes em países desenvolvidos também prende a atenção de multidões.

“Esses programas de televisão revelam grupos de pessoas (os participantes) que não conseguem dar sentido ao tempo e ao ócio, e nem é por culpa delas. É que não foram educadas para isso. E o pior é que, do outro lado da tela, há milhões e milhões de pessoas que também poderiam estar aproveitando melhor o tempo. Programas desse tipo são a morte do tempo.”
Domenico de Masi, sociólogo italiano.

Mas... Quem é que não gosta de dar uma espiadinha?

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