sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Mas que falta de consideração!

O tempo está cada vez mais escasso. É preciso fazer mais, melhor, em menos tempo. Alguém me mandou um e-mail dizendo que o motivo de recebermos tantos e-mails encaminhados com mensagens bonitinhas, é que não tiveram tempo de escrever especificamente pra gente. Mas lembraram. Daí colocaram nosso endereço no meio de uma lista enorme, clicaram em ‘enviar’ e pronto: sinta-se abraçado. Se tiveram bom senso, pelo menos colocaram os endereços em ‘cópia confidencial’.

O comentárista sobre carreira Max Gehringer, respondeu:

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Vou deixar a empresa após três anos. Gostaria de mandar uma mensagem simpática de despedida, para deixar as portas abertas. O que escrever?
Por que você escreveria uma mensagem dizendo a mesma coisa para “trocentas” pessoas? O efeito seria o mesmo de um spam – aquelas inutilidades que pipocam diariamente em nossos correios eletrônicos e que lemos, apagamos e esquecemos. Ao escrever aos colegas em geral, você estaria dizendo àqueles que realmente apreciam você, como pessoa e como profissional, que você os considera iguais a todos os outros. E o efeito é que você perderá simpatias, ao invés de ganhá-las. Em vez disso, converse pessoalmente com aquela meia dúzia cujo contato vale a pena manter, ou por gratidão, ou porque essas pessoas poderão ser relevantes para seu futuro profissional. Quanto a deixar portas abertas, uma mensagem final não vai ajudar muito. As portas se abrem ou se fecham não pelo que um empregado escreve na despedida, mas pelo que demonstrou durante os anos de convivência.


Eu recebi um desses e-mails coletivos de despedida. Nele havia uma ‘apresentação.pps’ anexada, aquela seqüências de slides, com uma música de fundo (snif). Numa parte da apresentação dizia que é natural um afastamento quando acontece a perda do contato diário, freqüente, seja no trabalho, na faculdade, ou na igreja. E que provavelmente as pessoas vão se reencontrar em algumas ocasiões. Para ilustrar uma dessas ocasiões, quem montou a apresentação colocou a foto de pessoas em um velório.

Mas se você envia mensagens de feliz aniversário esperando que no seu dia a sua caixa de entrada fique cheia de e-mails com ‘parabéns pra você’, ‘muitas felicidades’, ou ainda ‘muitos anos de vida’, é melhor reconsiderar.

Dale Carnegie, em seu livro ‘Como fazer amigos e influenciar pessoas’ comenta que certa vez, em uma agência dos Correios, elogiou a cabeleira de um atendente que estava um pouco sisudo devido à monotonia de seu trabalho. Queria que o rapaz se simpatizasse com ele. Ao narrar em público sua atitude, um homem da platéia perguntou: “que queria o senhor conseguir dele?” E a resposta de Carnegie foi:

“O que eu estava procurando conseguir dele!!! O que eu estava procurando conseguir dele!!!
Se fôssemos tão desprezivelmente egoístas que não pudéssemos irradiar uma pequena felicidade e ensejar uma parcela de apreciação sincera sem procurar obter alguma coisa de outra pessoa como recompensa, se nossas almas não são maiores do que as dos maus maridos, encontrar-nos-emos diante do fracasso que tão justamente merecemos.
Oh, sim, eu queria alguma coisa daquele rapaz. Queria alguma coisa que não tinha preço. E consegui. Consegui a satisfação de fazer alguma coisa por ele, sem que ele necessitasse fazer alguma coisa por mim como retribuição; o que significa um sentimento que crescerá e ecoará na memória dele mesmo muito tempo depois de passado o incidente.”

É bem provável que daqui a algum tempo, você receba um e-mail de feliz aniversário com uma lista de destinatários. É que ao invés de “parabéns pra você” vai ser “parabéns pra vocês, aniversariantes do mês”.

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