A France Télécom, maior operador de telecomunicações e antigo monopólio na França, já acumula 23 suicídios de seus trabalhadores, seis deles apenas nos últimos dois meses. Um dos casos é o de uma mulher de 32 anos que se jogou pela janela de seu escritório.
Um funcionário da empresa, que se suicidou no dia 14 de julho havia justificado sua decisão em uma carta, alegando graves problemas no trabalho. "Eu me suicido por causa do meu trabalho na France Télécom. É a única razão. A desorganização total da empresa me deixou totalmente perturbado. Eu me tornei um destroço. É melhor acabar com tudo", dizia o empregado na carta.
Um funcionário de 50 anos se esfaqueou na barriga durante uma reunião de trabalho. Ele foi informado de que sua vaga havia sido cortada e que passaria a realizar uma outra atividade na empresa, o que o funcionário considerou como um rebaixamento do cargo. Ele trabalha há 30 anos na France Télécom.
A France Télécom, privatizada em 2004, emprega cerca de 187 mil pessoas no mundo. Desde que perdeu sua situação de monopólio, a empresa reduziu seu elenco em mais de 20 mil pessoas, segundo os representantes dos trabalhadores.
Os sindicatos denunciam uma "deterioração das condições de trabalho" na empresa, causada pela eliminação de postos de trabalho, reestruturações, transferências obrigatórias de trabalhadores para outras localidades sem possibilidade de recorrer da decisão, além de pressões cada vez maiores para aumentar a rentabilidade da companhia.
A France Télécom anunciou a suspensão provisória das medidas de mudanças internas e comunicou que deve abrir negociações com os representantes sindicais.
Fontes: G1 e Estadao
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