terça-feira, 20 de julho de 2010

Tragédia, tragédia, em qualquer canto

O Fantástico teve 33% do tempo do seu último programa dedicado ao caso Bruno. A produção conseguiu uma gravação em vídeo do ex-goleiro do Flamengo feita durante o vôo do Rio de Janeiro para Belo Horizonte. O avião pertence à polícia mineira, que suspeita que a "entrevista" com o goleiro tenha sido gravada por um agente da corporação.

A Polícia Civil de Minas Gerais afastou as delegadas Alessandra Wilke e Ana Maria Santos das investigações envolvendo o goleiro Bruno Fernandes. Alessandra Wilke foi responsável pela transferência, mas as duas acompanharam os suspeitos no vôo.

O curioso é que os demais meios de comunicação divulgam isso, mas não protestam. Por que o Fantástico teve exclusividade a uma gravação tipo “câmera escondida” que não tem valor judicial algum? Ninguém protesta porque na verdade eles também gostariam de ter acesso a este vídeo.

Outra curiosidade minha: porque tanto interesse da mídia e da população em geral neste caso? Concordo que não faltam elementos apimentados na trama (Bruno era um goleiro em ascensão; sua amante, Eliza, fez filmes pornográficos; ele teve um filho com ela; o suspeito de matar Eliza é um ex-policial amigo de Bruno; o pai de Eliza teve uma filha com a cunhada, filha que hoje o acusa de estupro; a mãe de Eliza a abandonou quando esta tinha cinco anos de idade; o irmão de Bruno é acusado de estupro; o filho de Eliza foi encontrado com a atual mulher de Bruno). Mas será que não temos coisas mais importantes para tratar? Ou coisas mais relaxantes para assistir? Ao invés disso vemos corpos esquartejados, carros com manchas de sangue, e narrações de assassinatos no nível de Jogos Mortais.

Aos que estão cansados dos respingos de sangue vindos do rádio, TV e jornais, recomendo a leitura da Revista Sorria. Ela é vendida na Droga Raia por 2,50 reais e toda a arrecadação (descontados os impostos) é revertida ao GRAAC.

Outra recomendação é a revista Vida Simples.

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